Que fazer se eu não posso me confessar? (Especial Covid-19, #6)

Que fazer se eu não posso me confessar? (Especial Covid-19, #6)

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Inspirai, ó Senhor, as nossas ações e ajudai-nos
a realizá-las, para que em Vós comece e para Vós termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo Senhor Nosso. Amém. Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Muito bem, estamos aí nestes tempos de quarentena,
estamos evitando em vários lugares do Brasil aglomeração de pessoas e as pessoas estão
tendo dificuldade de se confessar, ou seja, é uma época do ano em que haveria mutirões
de confissão, numa boa parte dos lugares, o mutirão de confissões foi cancelado, para
evitar exatamente aglomerações, as confissões, se estão acontecendo, deveriam continuar
acontecendo, mas se estão acontecendo, estão acontecendo de forma muito escassa, sempre
com aquelas medidas de precaução, distância, máscara, etc., e então, como fazer para
viver nesse período em que não temos a confissão a disposição? Bom, a primeiríssima coisa, é nós entendermos
que Deus, na Sua providência, sempre, sempre, sabe tirar um bem de um mal, ou seja, Deus
não permitiria um mal se deste mal não pudesse tirar um bem maior e qual é o bem maior dessa
história? O bem maior dessa história é você que está
querendo se confessar ou está precisando se confessar, se dar conta que quando a confissão
estava lá a disposição, talvez você não tenha feito uma confissão adequada. Quantas confissões frouxas, laxas, sem um
arrependimento firme, sem um propósito de não mais pecar, quantos pecados às vezes
de – não estou acusando você, mas isso acontece, eu sou confessor – quantos pecados de presunção,
dizendo: “Ah, vou pecar, mas eu me confesso”, a facilidade com que nós nos confessamos
é um bem, não estou dizendo que não, a facilidade, a frequência da confissão, é
algo sempre muito bom, mas, como todo remédio, pode ter seu efeito colateral. E o efeito colateral para algumas pessoas
é exatamente de confissões muito frouxas, pois bem, como um pai bondoso, que quer educar
os seus filhos, Deus corta essa possibilidade por um tempo. Vamos nos lembrar que os primeiros cristãos
não tinham este dom, esta graça da confissão que nós temos, confissão devocional, confissão
frequente, confissão auricular, a forma como a Igreja viveu o sacramento da penitência
durante os seis primeiros séculos era uma forma muito, muito mais rigorosa do que a
facilidade que nós temos hoje. Não estou defendendo que a gente retorne
àquela disciplina antiga, mas a Igreja foi desenvolvendo a prática da confissão frequente,
da confissão devocional e tudo isso deu grandes frutos e é coisa muito boa, mas Deus sabe
que os Seus dons podem não somente ser usados, porém ser abusados. Então é um choque de realidade para muitos,
é um chacoalhão, chegar e dizer, tem que está um pouco desesperada: “Padre, eu estou
em pecado mortal e agora, padre, e se eu morrer, e se eu morrer?”, bom, veja lá, calma, se
a pessoa está realmente correndo um risco grave e está numa possibilidade real de morte
por doença, etc. e tal, aí nós precisamos realmente procurar o sacramento da confissão
e eu espero em Deus que os padres estejam conscientes disso, acho que sim e atendam
a essas necessidades das pessoas que estão em perigo de morte. Agora, se você está em pecado mortal, mas
simplesmente está imaginando que pode morrer, que isto sirva para você como um bondoso,
misericordioso momento de penitência e castigo divino. Quantos santos, como por exemplo São João
Maria Vianney, negavam a absolvição para pessoas durante anos, para que elas realmente
firmassem o propósito e realmente quisessem se arrepender. Então, agora que nós estamos vivendo um
período de dificuldade de nos confessarmos, é a hora de você caprichar nestas duas coisas,
primeiro: arrependimento, o que é arrependimento? Não é um sentimento, arrependimento é você,
porque Deus me revelou que aqueles atos lá são pecados graves, Deus revelou porque está
lá, está no Catecismo, está na doutrina da Igreja, está nos manuais de moral, isso
é pecado grave, gravemente desordenado, não pode, está errado, então, muito bem, eu
sei, se a fé da Igreja me diz que aquilo é um pecado grave, eu preciso perceber esta
notícia na minha inteligência e passar para a minha vontade uma ordem, chegar e dizer:
“Eu detesto estes pecados”, detesto, arrependimento, “Deus que é bondoso, está dizendo que isso
O ofende, ofende a Deus e não somente, me prejudica imensamente me fazendo perder o
céu e ganhar o inferno. Se eu sei disso, arrependimento”. Então reze para que Deus aprofunde o dom,
a graça de um arrependimento até que você tenha realmente um arrependimento profundo,
que não é sentimento, arrependimento não é sentimento, arrependimento é aquela decisão,
aquele ato de vontade que diz: “Eu detesto estes pecados porque ofendem a Deus” e causam
todos os males que os pecados causam a mim e aos outros. Segunda coisa: é o tempo de você firmar
o seu propósito e o que é propósito, o propósito é o seguinte, é uma determinação
de largar, de deixar todos os pecados mortais de uma vez e para sempre. Você pode ter gradualidade e, digamos assim,
pedagogia, ao lidar com os pecados veniais, mas não com os pecados mortais, os pecados
mortais você tem que se determinar, fazer um propósito de deixar todos, não aos pouquinhos,
de uma vez e não por um tempo, para sempre. É o momento de você rezar e pedir a Deus
isso, e ir preparando a sua próxima confissão, frutuosa, bem anotada, os pecados graves precisam
ser confessados no seu número, se você puder colocá-los pelo menos aproximadamente, com
aquilo que foram os agravantes, o que torna o pecado mais grave, xingar uma pessoa, desejando
que ela vá para o inferno, com o meu coração: “Ah, vá para o Inferno!”, isso é um pecado
grave, você dizer isso para a sua mãe, é um agravante, porque é a sua mãe, e assim
por diante. Assim crescer nisso, até que Deus nos dê
não somente esse arrependimento meio imperfeito que nós temos, que os teólogos chamam de
atrição, mas Ele nos dê o verdadeiro dom e a graça inestimável de uma contrição
perfeita. É isso que nós temos que fazer. É tempo de crescer na nossa contrição,
pedirmos a Deus muito para nos determinar, com determinada determinação parar de ofendê-Lo
gravemente e amá-Lo cada vez mais. Deus abençoe você. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

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Marcelo Wagner

Marcelo Wagner

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