A Igreja prostrada diante de um vírus? (Especial Covid-19, #1)

A Igreja prostrada diante de um vírus? (Especial Covid-19, #1)

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Inspirai, ó Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em Vós
comece e para Vós termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.
Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
Amém. Muito bem, estou gravando esta série de vídeos um pouco para orientar as pessoas
que seguem o meu site com relação a toda essa situação atual da pandemia do novo
coronavírus e essa doença decorrente que é o COVID-19. A razão de ser desses vídeos
é, fundamentalmente, uma orientação espiritual, mas, antes da gente começar com as orientações
espirituais, eu gostaria de convidar você a uma atitude de verdadeiro fiel católico.
No Concílio Vaticano I, a Igreja condenou dois erros: um é o fideísmo e outro é o
racionalismo, por que ela fez isso? Ela fez isso porque existem duas luzes que iluminam
a nossa inteligência, você só tem uma inteligência, mas a sua inteligência pode ser iluminada
pela luz natural da razão e o fideísmo diz: “Não, não, não, não, é só a fé” ou
então pela luz sobrenatural da fé e o racionalismo diz: “Não, não, não, não, só a razão”.
São duas luzes, é uma inteligência só, mas são duas luzes que podem chegar até
mim, então, diante dessa realidade da pandemia do novo coronavírus, o que nós temos para
dizer que nós vamos abordar esse tema, mas temos que abordar este tema usando estas duas
luzes e não uma luz só, a gente vê muito posicionamento desequilibrado na internet
exatamente porque as pessoas estão querendo voar com uma asa só. Fé e razão. A luz
natural da razão e a luz sobrenatural da fé. Bom, a luz sobrenatural da fé podemos
dizer muitas coisas e nós vamos fazer outros vídeos comentando toda essa questão sobrenatural,
se o coronavírus, o que é, é um castigo, não é um castigo, como fazer, como é que
nós vamos fazer para ficar em casa ou não ficar em casa, tudo isso, gente, mas uma coisa
a luz sobrenatural da fé nos diz: nós precisamos rezar, rezar muito e crescer nas virtudes
nesse tempo, fazer penitência, porque nós cremos que Deus pode intervir. É isso que
nos diz o decreto da Penitenciaria Apostólica quando fala das indulgências – nós vamos
ter um vídeo sobre as indulgências – em que ele diz assim que “o fiel deve implorar
a Deus Todo Poderoso a cessação da epidemia”, primeira coisa, segunda coisa: “o alívio
dos que estão aflitos” e terceira coisa: “a salvação eterna a quantos o Senhor chamou
à Sua presença”. Então, quer dizer, nós sabemos aqui que nós podemos pedir a Deus
que pare a epidemia, nós podemos pedir a Deus que alivie quem está sofrendo, ajudando
os médicos, iluminando enfermeiros, assistentes, cuidadores, os próprios doentes, e nós podemos
pedir pelas pessoas que morreram que, se estão salvas, que elas saiam do purgatório e já
vão direto para o céu, para aliviá-las e sufragá-las, aliviando as almas delas no
Purgatório, essa é a nossa atitude, essa é a atitude da oração, então, só isso
já põe um sentido sobrenatural, a luz sobrenatural da razão nos diz que a oração é eficaz,
ela faz. Agora, dia 25 de março, a Igreja tradicionalmente faz rogações e nós devemos
fazer ladainhas, rogações, pedir a Deus, suplicar para que Ele verdadeiramente nos
escute, mas por outro lado, nós temos a luz natural da razão. A luz sobrenatural da fé
diz que temos que rezar, mas a luz natural da razão nos diz que nós sabemos perfeitamente
como esse vírus é transmitido, esse vírus é transmitido pelo contato, então é irracional,
é tentar a Deus, você agora querer provocar aglomerações. Então, muito justamente estão
sendo dadas orientações nas várias dioceses do mundo, de que sejam evitadas aglomerações,
isso significa, por exemplo, entre outras coisas, que não deve mais haver celebração
pública da Santa Missa, a Santa Missa vai continuar sendo celebrada, pelo menos eu da
minha parte, irei continuar celebrando a Santa Missa, mas não tem sentido nenhum eu encher
uma Igreja de fiéis, que vão se contaminar uns aos outros e depois, as estatísticas
estão demonstrando, os mais velhos é que irão padecer, ou seja, “Ah, os padres estão
nos traindo, nos abandonaram, agora nós somos como ovelhas sem pastor, não tem mais Missa
pública, os padres estão com medo de ser contaminados”. Olha, gente, sinceramente,
eu não posso falar pelos outros, eu posso falar por mim, eu não tenho medo nenhum de
ser contaminado, não é esse o meu problema, eu posso ser contaminado, dentro das estatísticas,
pela minha idade, pela minha situação de saúde, se eu contrair esse vírus, pela estatística,
eu teria um forte resfriado, pode ser que eu seja entubado, tudo, porque também jovens,
isso acontece com jovens, mas pelas estatísticas eu não estou naquelas pessoas mais fragilizadas,
em perigo. Só que é irresponsabilidade minha, eu ficar agora num confessionário fechado,
onde acabou de entrar um jovem contaminado, ele sai e entra logo em seguida um velhinho,
ou seja, eu tô colocando isca para o pobre velhinho devoto que quer se confessar, que
está bem de saúde, que não está nesse momento correndo risco de morrer, está bem
de saúde, mas eu estou lá e ele vem naquele ambiente para contrair o coronavírus. Isso
não tem sentido. Eu fazer uma aglomeração de fiéis para um jovem, saudável, que com
o coronavírus provavelmente, pela estatística, digo, provavelmente só vai ficar “gripadão”,
o jovem gripadão dá um espirro em cima da Vózinha e Vovó termina tendo as consequências
trágicas disso, então, gente, não é uma questão de medo, é uma questão de caridade.
Santo Tomás de Aquino nos diz que diante dos flagelos, ou seja, diante dos sofrimentos
como é a questão de uma pandemia, vamos usar a linguagem tradicional, diante da “peste”,
Santo Tomás de Aquino nos diz que diante de um flagelo nós temos que crescer na virtude
e a virtude aqui é o amor a Deus, um amor sobrenatural a Deus que também se manifesta
no cuidado para com o irmão. Então, essas bravatas, essas coisas que a gente está ouvindo
na internet, essas bobagens: “É, a Igreja, agora não tem mais fé, os santos faziam
rogações, procissões, etc., São Gregório Magno fazia procissão na frente do Castelo
Sant’Angelo, não sei o quê…”, gente, a luz sobrenatural da razão me diz: nº 01,
que São Gregório Magno era São Gregório Magno e era santo, certamente ele fez aquilo
inspirado por Deus; segundo: também me diz, a luz natural da razão me diz que São Gregório
Magno provavelmente não fazia ideia de como aquele troço era transmitido e que, portanto,
não tem sentido fazer hoje, sabendo o que nós sabemos pela luz natural da razão, fazer
agora uma procissão, uma aglomeração, uma Missa pública, onde você traz os fiéis
todos juntos para serem contagiados, isso aí é irracional, isso é louco. E isso é
tentar a Deus. Porque Deus está te dando a luz da razão e você está obrigando a
Deus a fazer um milagre, o que você está fazendo pode parecer um ato muito virtuoso
de santo, mas você está pecando, tentando a Deus, porque você sabe, você tem a luz
natural da razão, agora, o pessoa diz: “Eu sou católico tradicional”, como você é
católico tradicional sendo fideísta desse jeito? Isso é fideísmo. Isso é loucura.
Nós sabemos perfeitamente que o contágio se dá ou por partículas no ar, perdigoto,
aquela gotícula de saliva que toca um lugar, depois você vai, coloca as mãos nos olhos,
na boca, na mucosa nasal, é desse jeito que se dá o contágio, proximidade com o hálito
de outra pessoa. Como é que nós vamos, sabendo que é assim, nós sabemos, Deus nos deu a
inteligência para descobrir, como é que eu, sabendo disso, vou agora obrigar Deus
a fazer um milagre porque eu quero ter uma aglomeração, porque eu sou “tradicionalzinho”,
gente, você é louco, não é tradicionalzinho. Você é louco. Então, gente, não vai ter
Missa pública enquanto, por quanto tempo? Por quanto tempo a racionalidade nos pedir.
As pessoas não estão morrendo de brincadeira, as pessoas estão morrendo realmente. Então
os decretos que falam que não deve haver aglomeração de fiéis, não deve haver Missa
pública, são decretos perfeitamente racionais, sei que o fraseado de alguns decretos, de
alguns lugares, de algumas dioceses, às vezes tem um sabor um pouco naturalista, sem sobrenaturalidade,
sei de tudo isso. Ah, gente, isso é o fraseado, perdoa quem escreveu, não é o problema.
O problema agora é nós entendermos que nós sabemos como o vírus é transmitido. Em tempo,
é evidente também que é dever dos sacerdotes dar assistência ao fiel que necessita em
artigo de morte, ou seja, o fiel precisa, vamos supor, o fiel começa a manifestar os
sintomas de dificuldade respiratória e vai ser internado, ora, infelizmente, pelas autoridades
sanitárias, do jeito que a coisa está se comportando, vai ser muito difícil esse padre
entrar na UTI, então, não é absurdo que você telefone para o padre, telefone na secretaria
paroquial: “Padre, estamos indo para tal hospital, o senhor poderia, na porta do hospital, por
favor, dar a absolvição” para essa pessoa que vai ser internada, pode ser na porta do
hospital, que seja. “Estamos indo, o senhor vem conosco?”, entende? Ou então vai atender
a pessoa num lugar arejado, com máscara, sempre as precauções, as precauções de
contato com o doente, a mesma precaução que o cuidador tem com o doente, o sacerdote
deve ter, o sacerdote é um cuidador. É evidente também que o sacerdote, por exemplo, um sacerdote
já de idade, com dificuldades pulmonares não vai ser ele o primeiro da lista, a ir
lá fazer esse tipo de coisa. Gente, procura um padre mais jovem. Então, agora, se só
tem ele, então tudo bem, aí é dever dele também, mesmo correndo o risco, porque ele
está aí pra isso, heroicamente, heroicamente, se só tem ele. Mas eu quero que vocês entendam
que a Igreja, ao tomar estas medidas de fazer com que as Missas sejam celebradas privadamente,
ela não está sendo nem covarde e nem deixando de ser Mãe. Fique em casa, obedeça. Nos
outros vídeos nós vamos dizer como é que isso vai se dar. Eu sei o grande sofrimento
que está causando em você não poder ir à Missa, quando eu dei essa notícia para
os fiéis eu vi os olhos dos fiéis marejados, aquele nó na garganta, aquela coisa: como
nós vamos ficar sem Missa? Mas, meus queridos, vocês não estão sem Missa, vocês estão
sem participar da Missa presencialmente. Nós, padres, pelo menos da minha parte, eu tenho
certeza um número grande de sacerdotes está oferecendo o sacrifício e você pode, em
casa, rezar e se unir a esse padre que está erguendo agora, em algum lugar do mundo um
padre está erguendo a Hóstia, mesmo fechado na sua capela privada e adorar o sacrifício
redentor. Que outros frutos tirar disso tudo e como viver estes tempos, vai ser assuntos
dos nossos próximos vídeos, de qualquer forma, gente, obedeça, fique em casa, não
é brincadeira, vivam a quarentena de vocês, evitem contato, cuidem dos idosos, jovens,
pelo amor de Deus, quantos idosos vão ser contaminados por jovenzinhos irresponsáveis
que dizem: “Ah, é só uma gripezinha”. Nós não podemos ser irresponsáveis assim. A
caridade, a caridade é que deve nos mover, “caritas Christi urget nos”. Deus abençoe
você. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Poderá ver o vídeo no youtube Aqui

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Marcelo Wagner

Marcelo Wagner

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