Sem os sacramentos! E agora? (Especial Covid-19, #3)
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Inspirai, ó Senhor, as nossas ações e ajudai-nos
a realizá-las, para que em Vós comece e para Vós termine tudo aquilo que fizermos. Por Cristo Senhor Nosso. Amém. Santa Maria Mãe de Deus, rogai por nós. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Muito bem, estamos aí gravando uma série
de vídeos a respeito desta pandemia do novo coronavírus e eu queria agora falar pra vocês
sobre São José. Nós já falamos que há 100 anos, Santa Jacinta
viveu o “coronavírus”, não era coronavírus, mas o coronavírus da época dela com a gripe
espanhola e é uma grande intercessora. Mas, eu gostaria de recordar que este ano,
este ano desta pandemia de coronavírus é o ano em que nós estamos comemorando 150
anos em que o Papa Bem-Aventurado Pio IX declarou São José padroeiro da Igreja, então, o
que significa, dentro deste tempo, deste kairos, deste tempo favorável de Deus, celebrar São
José, padroeiro e protetor da Igreja, num tempo em que todo mundo tem que ir para casa
e a gente não pode ter acesso tão facilmente aos sacramentos, como você sabe, por prudência,
muito justamente, em muitos lugares e dioceses foram proibidas as Missas públicas e isso
está muito correto, por quê? Porque nós sabemos pela luz natural da razão,
a inteligência, como é que esse vírus é transmitido, nós estaríamos tentando Deus
se nós, agora, quiséssemos desafiar dizendo assim: “Eu tenho, fé, eu vou lá na Igreja
e nada, eu não vou contrair essa doença”, você não pode exigir de Deus um milagre. Isso é tentar a Deus. Então, nós temos que ficar em casa, mas
o que significa ficar em casa nesses tempos? Eu vou falar de São José, mas deixa eu explicar
em primeiro lugar o que você deve fazer em casa, veja só: quando a gente vai na Igreja,
nós cremos, nós católicos cremos, que nós temos os sacramentos e os sacramentos são
a graça de Deus garantida “ex opere operato”, o que quer dizer esse latim “ex opere operato”,
quer dizer o seguinte, pelo simples fato da pessoa realizar aquele ato, que é o sacramento,
a graça já está lá garantida. Deixa eu explicar, por exemplo, um padre celebrou
Missa validamente, Jesus está presente verdadeiramente na Sagrada Comunhão, então, qualquer pessoa
que receber a Comunhão está recebendo Nosso Senhor Jesus Cristo, que você tire maior
proveito disso ou não tire maior proveito disso são outros quinhentos, mas a coisa
aconteceu, Jesus está lá. Ou vamos pegar uma coisa mais simples, o batismo,
o batismo que a maior parte de nós recebeu quando éramos criancinhas e nem lembramos
do nosso batismo, eu tinha meses de idade, nasci em novembro, três meses, com três
meses eu fui batizado, fui batizado no dia 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lourdes. Então, o batismo não precisou de nenhuma
cooperação minha, a graça do batismo está lá, agora, claro, uma vez que eu sou batizado,
eu posso sempre com atos, receber desta graça batismal, mas isso são outros quinhentos,
deixa pra lá. O batismo, os sacramentos são “ex opere operato”,
ou seja, a graça está lá. Essa é a grande diferença entre um sacramento
e um sacramental, por exemplo, quando você recebe a água do batismo, acontece a coisa,
independente da fé, da devoção, da pessoa que está recebendo, enquanto se você usa
água benta, pra você receber uma graça desse sacramental que não é “ex opere operato”,
vai depender muito da sua devoção, embora a água esteja benta. Assim por diante. O que nós temos, então? Na Igreja nós temos os sacramentos, temos
a graça garantida, “ex opere operato”, você agora está em casa, então, o que você tem? Você tem que agora crescer naquilo que é
o que realmente faz crescer que são os atos de virtude que são atos “ex opere operantis”,
ou seja, depende da pessoa agir e reagir, ou seja, nós precisamos cooperar com a graça
de Deus. Então, é a hora de nós vivermos na nossa
família em casa a Igreja Doméstica, como São José. São José não recebeu nunca nenhum sacramento. São José tinha Jesus, então agora você
está em casa, suponho que você seja batizado, evidente, se alguém estiver, pelo amor de
Deus, se alguém estiver em perigo de morte e não é batizado, batize, batize, não precisa
de padre pra isso, só precisa saber batizar, derramar água na cabeça dizendo: “Eu te
batizo em nome do Pai”, “Fulano, eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém”, pronto. Tudo bem. Mas, uma vez que você está em casa e é
batizado, você não está podendo se confessar porque os padres, na grande maioria dos casos
estão atendendo somente em caso de perigo, em “articulus mortis”, perigo grave ou então
em situações especiais, etc., porque não dá para fazer fila de confissão, porque
não dá pra fazer aglomeração, você não está participando da Missa, porque os padres
estão celebrando Missa privadamente, porque não dá pra ter aglomeração, etc., você
não está recebendo a comunhão, a maior parte das pessoas não está recebendo, porque
não pode ter aglomeração, em alguns lugares inventaram um jeito de fazer sem aglomeração,
etc., mas são casos raros. Então, resumo da ópera: está todo mundo
em casa, de quarentena, porque tem que ficar em casa mesmo, porque tem que ser prudente
e você, agora, meu querido, dá um frio na barriga, mas agora é a hora da virtude, ou
seja, é a hora do “ex opere operantis”, é a hora de você crescer em fé, esperança
e caridade. E nesses dias que nós vamos estar vivendo
essa quarentena juntos, eu irei propor também conteúdos práticos para ajudar na reflexão,
ajudar nesses atos para que a gente possa, nesses dias, crescer nas virtudes de fé,
esperança e caridade, mas é importante você compreender a grandeza desse momento. Vejam, não é numerologia, não é coincidência,
mas dentro da providência divina, o que deve nos falar ao coração o fato de que este
ano, no dia 08 de dezembro deste ano, se completa 150 anos que a Igreja proclamou São José
padroeiro da Igreja? E, justamente neste ano de São José padroeiro,
São José, o homem do silêncio, São José, o homem da Sagrada Família, São José, a
honra das famílias, São José, a defesa das famílias, São José, a defesa da Igreja
nascente, a Igreja, de repente, tem que fazer um exercício de voltar a ser Igreja das catacumbas. Eu quero que vocês se lembrem o seguinte,
gente, veja, a Igreja, nos seus três primeiros séculos, foi a Igreja dos mártires e a Igreja
que viveu exemplos luminosos de virtude, de santidade, que eu acho que é muito difícil
a gente encontrar a quantidade de santos, a quantidade de mártires, a quantidade de
prodígios extraordinários e sobrenaturais de virtude divina em homens, seres humanos,
homens e mulheres, como nos três primeiros séculos. Você pega o martirológio romano, principalmente
o antigo, antes da reforma, porque o atual é mais completo, por quê? Porque tem os santos mais recentes, tem muito
mais santos no martirológio atual, mas o martirológio antigo, que foi inicialmente,
começou a ser escrito pelo Baronio, que era filho espiritual de São Filipe Néri, grande
estudioso da Igreja, da história da Igreja, o Papa deu a ele essa incumbência, ao Cardeal
Baronio, o martirológio antigo narra alguns detalhes do martírio das pessoas: “Fulano,
mártir, em primeiro lugar, fizeram tal coisa, esfolaram, aí depois arrastaram em telhas
quebradas no chão, aí depois, não sei o quê, aí tacaram fogo, aí não morreu, aí
depois a espada”, quer dizer, prodígios extraordinários de virtude divina,, milagrosa, da paciência
dos mártires, quer dizer, a quantidade de milagres da virtude da graça nos primeiros
séculos é uma coisa absurda. Só que acontece o seguinte, gente, a maior
parte dessas pessoas não tinha os sacramentos com a disponibilidade que nós temos, primeiro,
confissão, a Igreja nos primeiros séculos não confessava do jeito que a gente confessa
hoje, a confissão auricular só veio a aparecer depois, a confissão era um perdão que a
Igreja dava em casos extraordinários, etc. e tal, isso e aquilo, batizou, meu irmão,
trata de ficar em estado de graça, era como as pessoas viviam nos primeiros séculos,
se vira, trate de arranjar uma contrição perfeita, ficar em estado de graça, etc.,
etc., não tinha esse negócio: “Ah, pequei, deixa eu dar uma confessadinha”, então, o
fato de nós não estarmos tendo o acesso à confissão, onde muita gente não está,
que isto sirva como um sinal de Deus na sua vida. Nosso Senhor avisou: “Ele virá como um ladrão. Quando disserem paz e tranquilidade, virá
o Filho do Homem” e aí, você estava pronto? Tem muita gente que estava na presunção
dos sacramentos da confissão, eu sou a favor da confissão frequente, eu sou a favor da
confissão devocional, mas se nós não estamos podendo fazê-la, gente, isto daí é a mão
benigna, maravilhosa, e misericordiosíssima de nosso Deus e Pai que sabe castigar seus
filhos quando eles vão ficando presunçosos. É bondade pura de Deus, os primeiros cristãos,
exemplos maravilhosos e luminosos de santidade não tinham o sacramento da confissão como
você tem. Então, dê valor à confissão agora, só
que acontece o seguinte, não está tendo? Meu irmão, peça a Deus a contrição perfeita,
é a hora, é a hora, e nós precisamos, nesses dias agora, vamos falar de contrição perfeita,
peça a Deus a contrição perfeita, é uma graça, é uma graça que nós precisamos
obter, nós precisamos crescer porque o nosso arrependimento é frouxo, o nosso propósito
é débil, a nossa experiência de enxergar o quanto ofendemos a Deus e querer amar a
Deus é algo que realmente as pessoas não estão exercitando, então, você não poder
se confessar agora, meu irmão, tá morrendo, chama um padre, pelo amor de Deus, se confesse,
ninguém fique sem se confessar em artigo de morte, mas você sabe muito bem que aquela
coisinha em que você estava: “Ah, vou lá e dou uma confessada, vou lá e dou uma confessada,
vou lá e dou uma confessada”, não tem mais por uns bons meses aí, até voltar essa situação,
vocês não pensem que isso vai voltar ao normal assim do dia para a noite não, guenta
firme, reza. É uma graça divina, nós temos que receber
de Deus as graças que Ele nos dá e uma das maiores e mais maravilhosas graças que Deus
pode nos dar é nos castigar como Pai bondoso. Chegar e dizer: “Ó, tá vendo, fica sem confessar,
fica sem comungar”, não é a hora, por exemplo, agora que você não está podendo comungar,
não é a hora de você agora se colocar diante de Deus e perguntar: “Meu Deus, quantas comunhões
mal feitas, quantas comunhões tíbias, eu agora não posso mais comungar”, tenha sede
da comunhão, tenha fome da comunhão, agora é a hora de você crescer e faça uma comunhão
espiritual, faça um ato de contrição profundo, pedindo perdão dos seus pecados, faça comunhão
espiritual, pedindo: “Meu Deus, eu quero agora colocar-me diante de Ti e comungar o Vosso
Corpo santíssimo, o Vosso Sangue preciosíssimo”, faça, porque essa é a chance, essa é a
oportunidade, “este é o dia que o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos”,
exultemos, inclusive nos bondosos castigos divinos. Então, São José precisa ser entronizado
na sua casa nesse momento porque chegou nesses 150 anos de São José padroeiro da Igreja,
chegou o momento de nós termos uma Igreja verdadeiramente josefina, ou seja, voltamos
para a Igreja doméstica. É o tempo de você rezar o terço com os
seus filhos, com sua esposa, com seu esposo, é o tempo da família inteira viver a Igreja
doméstica. Fique de quarentena em casa, sim, senhor,
mas reze, reze muito, não fique assistindo filme o tempo todo, é a hora de crescermos
nas virtudes porque é a hora da santidade, em que se nós soubermos aproveitar esses
tempos, quando nós voltarmos aos sacramentos, voltaremos outras pessoas para aproveitar
mais essa graça porque os sacramentos voltarão, gente, isso será temporário, mas vejam que
bondade de Deus Ele soar um alarme e dizer: “Pensem no que vocês estão fazendo com os
meus santíssimos sacramentos”. Deus está soando um alarme, vivam agora como
Jesus, Maria e José na Sagrada Família, na Igreja Doméstica, sem sacramentos, fica
de castigo em casa, para crescermos na contrição, para crescermos na sede da comunhão, do alimento
espiritual. Nós vamos gravar mais vídeos sobre isso,
eu só quero aqui jogar essa luz para vocês, como Deus é bendito e nesses 150 anos de
São José, padroeiro da Igreja, o que nós podemos fazer nesse tempo em que estamos de
quarentena em casa, vivendo o que São José viveu, a Igreja Doméstica. Bom, uma coisa que nós podemos fazer é nos
consagrar a São José e eu tenho aí você procura logo em seguida, um vídeo em que
eu leio uma consagração a São José para que você faça essa consagração, você
e sua família. Você vai dizer: “Peraí, padre, eu sou consagrado
à Nossa Senhora”, mas isso não atrapalha em nada, por quê? Porque nós somos consagrados a Nossa Senhora
imitando Jesus que foi submisso a Nossa Senhora, nós somos consagrados a São José imitando
Jesus e Maria que foram submissos a São José. As duas coisas. Se houvesse contradição você ia dizer que
a contradição está em Jesus, mas Jesus se submeteu à Nossa Senhora ou se submeteu
a São José? Aos dois, na hierarquia da Sagrada Família. Então vamos viver a Igreja Doméstica e vamos
nos entregar a São José. Deus abençoe você. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Poderá ver o vídeo no youtube Aqui